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domingo, 13 de novembro de 2016

PRIMEIRO DIA DA GREVE DOS PROFESSORES DO UFRN É MARCADO POR ATO POLÍTICO-CULTURAL

Arthur Salvação - Agência Fotec/UFRN


Tribuna do Norte - Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deflagraram greve pela primeira vez em onze anos. O movimento iniciou-se nesta sexta-feira (11), e se estenderá até a próxima sexta-feira (18). O cronograma de greve é o diferencial em 2016: os professores que aderiram à paralisação decidiram por um modelo com apenas sete dias de duração. A greve por tempo determinado é a forma encontrada pelos movimentos sindicais brasileiro para se adequar frente às novas resoluções do Supremo Tribunal Federal (STF), que alteraram as regras vigentes para as greves dos servidores públicos.

O modelo é o mais acessível para a categoria em um contexto de corte salarial imediato para os servidores que entrarem em greve, como deliberou o STF no fim de Outubro. Com a nova estrutura, eles buscam acumular forças a nível nacional e intensificar os debates na Universidade sobre as expressões e implicações do motivo da greve: que, neste caso, é um posicionamento contrário à PEC 55, proposta do governo Temer que estipula pelos próximos 20 anos teto para os gastos públicos em áreas primárias como saúde e educação.

Wellington Duarte, presidente do Sindicato dos Docentes da UFRN (ADURN), avaliou positivamente o primeiro dia de greve, que contou com ato político-cultural iniciado pela manhã. As atrações do evento foram a banda Zé Smith e Ban de Fela e a cantora Khrystal. “As intervenções têm que ter um caráter também cultural. O ato em si já é político, mas nós queremos propor que o professor participe desse ato com certa leveza, afinal a cultura faz parte da formação acadêmica de muitos aqui da Universidade”, aponta Duarte.

Sobre as ocupações de escolas e demais instituições públicas de ensino realizadas por secundaristas e universitários em todo o Brasil, Duarte enfatizou o apoio da ADURN ao movimento, tirado em assembleia. O sindicalista chamou atenção para as tentativas de criminalização das ocupações quando estas são tratadas como “invasões”.

O presidente ainda falou do caráter mobilizador do movimento estudantil que, assim como o modelo de greve adotado pelos docentes, leva à comunidade a discussão sobre o momento político que vive o Brasil. Wellington classificou as ocupações como legítimas, uma vez que os órgãos ocupados podem funcionar normalmente, a exemplo da Reitoria da UFRN ocupada desde o dia 24 de outubro e que não teve suas atividades interrompidas.

Para a próxima semana estão programados aulões e atividades culturais, sempre tendo como objetivo principal a discussão e reflexão sobre os impactos da PEC 55 na sociedade. A programação acontecerá no estacionamento do Centro de Convivência da UFRN e será divulgada ainda hoje nas redes sociais da ADURN. Bate-papo com a senadora Fátima Bezerra, no entanto, já está confirmado para segunda-feira (14), às 9h da manhã

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